Manifesto-me

Da verdade de falar

eu fui calado

Do desejo de mudar

eu fui podado

com silêncio

com cordial cuidado.



Da esperança do mundo

eu estou surdo e mudo.



O sorriso

o olhar

do meu rosto foi rasgado

e sobrou na boca

o gosto do desgosto amargo.



E como a última folha seca

minh’alma no outono também já caiu.



Me reergo agora,

como árvore que brota da semente

da árvore que foi derrubada.



O mundo que não sou eu

é meu outro.

Outro que me nega e me exclui.

Eu o nego.

Assim nos afirmamos.



Eu me afirmo:

Luz ante esta repulsiva escuridão.



Esta tola e covarde humanidade

Não sabe o que faz.

Não sabe o que escolhe.

Não sabe o que diz.



Primitiva em sua humildade

presa às suas correntes

na caverna da mediocridade.



Não haverá perdão.

Não resta a ela outra forma de redenção:

Que venha a guerra

e todas as pestes e o macabro ceifador.



Eu conheço a verdade, e a verdade me libertou.

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