Postagens

Mostrando postagens de junho, 2012

Crônicafeína

Imagem
O tempo que um poema consome ao materializar-se é o mesmo que gasta para esfriar-se meu copo de café. Tomado de Poesia, submerso, não o bebo. Largado na mesa, ele esfria, cedo, enquanto meu ser, pela caneta, sem medo, se esvazia. Só depois de preencher uma folha e voltar ao meu corpo é que retomo meu copo, e o esvazio, no ralo da pia.

Excessos

Imagem
Olhando este copo-americano translúcido e cheio de cerveja divido entre o dourado e o branco ... da espuma que sobe e se decanta e do líquido de ilusória beleza, sinto meus corpo e ser refletidos como se fora também frágil e mero recipiente, côncavo e vítreo, onde a Poesia derrama-se de abrupto fazendo transbordar fluidos poemas em versos tanto menos amargos quanto mais frios e gélidos. Transbordando meus limites transpassando minhas fronteiras, entornam-se pelas muitas folhas, preenchem as linhas das velhas mesas, até caíram pelo chão cuspido e pisado escorrendo entre as imundícies misturando-se inocentes e hostis para logo desaparecer no obscuro ralo, e repousarem livres no esquecimento.  

Desconstrução

Imagem
Como de ervas variadas muitas quimicamente maltratadas faz-se fumaça ... aérea e leve informe neste cigarro algoz imaginário amante... Faço assim com aladas palavras etéreos poemas partindo de mim mesmo tomado de poesia sabendo-me matéria terrena que magicamente em essência é transformada a diluir-se em palavras... Alto Jequitibá, 04 de Janeiro de 2007