Advento


Meu poetar é livre e arisco

como um pássaro selvagem.

Tenho por costume voar

por entre raios e nuvens.



Em dias calmos e claros

ou noites escuras de tormenta

levado por minhas asas

sem temores me arrisco.



E o que vejo é aquilo

que só mesmo eu poderia ter visto:

um mundo que lateja

sob a sombra de minhas penas-palavras.



Cada asa minha reflete

um pedaço desse mundo

meu, em versos curtos como estes.

Me assombro e pasmo

em cada coisa que vejo-escrevo.



Isso que eu vejo niguém antes

de mim poderia ter visto.

E os que vieram depois

não conheceriam tais coisas

se eu não ousasse escrevê-las.



É um mundo que eu sozinho

faço-construo-invento-desfaço

como ninho torto de pássaro

no alto de um penhasco.

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