Um brinde!

Saiba que, mesmo se eu não te ligar

e passarem muitos dias

se forem anos e anos de silêncios

teu telefone tocar, te chamando

minha voz não soar em teu ouvido...

Eu sempre vou me lembrar de você.



Quando de manhã, depois de acordar

você olhar o tapete atrás da porta da sala

e no meio de cartas e contas espalhadas

não encontrar notícias minhas,

saiba o que é certo:

Eu sempre vou pensar em você.



Nestes dias quentes de sol à pino

em que vais aos bares modernos

sejam sextas, sábados ou domingos

regados à cerveja, rock’n roll e amigos

você se encontrar sentada em uma dessas mesas

e pensar que também eu ali poderia estar...

Não deixe o tempo fechar, chovendo lágrimas em teu coração.



Pense que eu talvez esteja

longe, noutros cantos, outros bares, bebendo

numa mesa daquelas, com uns amigos

pensando que você poderia estar aqui comigo.



Enquanto eu viver, me lembrarei de você,

e me lembrando, vou beber, beber e beber...

Sempre pensando em você.



Lembrando, bebendo e chorando

escreverei versos simples, bobos, bêbados

para que você, tendo lido-os

não se esqueça de mim.



... e tim-tim!

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

APOLOGIA À REVOLUÇÃO

Reformas ou eufemismos políticos enganosos para a supressão de direitos arduamente conquistados, para a manutenção dos privilégios dos ociosos que lucram com a exploração do povo marginalizado? O tráfico de apoio e de influências é gêmeo-irmão da corrupção que, passiva ou ativa, é radiativa. No bojo deste insidioso mar de lama e de putrefação: lobby, caixa dois, queima de arquivo, propina. A democracia não guarda mais nem um traço de um governo do povo, pelo povo e para o povo. Este - assim como ela - esmorece, pouco a pouco nesta dura estrada, em cada luta, em cada passo. Iludem-se, entretanto, estas ignóbeis elites globais ao tratar os proletários como reles massa de manobra. Chegará o dia em que eles perceberão serem mais que mera reserva, barata e explorável, de mão de obra. A revolução virá, inevitável como o alternar dos dias, natural como a chuva que o solo penetra e renova-lhe a forma, encerrando, por fim, a hegemonia do capital e da burguesia, fazendo brotar uma sociedade onde...
Leia mais

HIPERTEXTO

Primeiro ele disse que estupro era questão de merecimento. Como eu não era mulher, aplaudi. Em seguida ele disse que cabeleireiro não era profissão de macho. Como eu sou hétero, não achei nada de mais. Depois ele disse que índios não merecem ter suas terras demarcadas em reservas. Como eu não sou índio, eu concordei. Depois ele disse que quilombolas não servem nem para procriar. Como eu sou branco, eu gritei ''mito''. Agora ele está impondo a censura e perseguindo pensamentos dissidentes mas como eu não tenho ideias próprias nem sou capaz de qualquer raciocínio elaborado, menos ainda de ter empatia, ajo como se não me afetasse, finjo que não é comigo. [06/Abril/2017]
Leia mais

Crônicafeína

Imagem
O tempo que um poema consome ao materializar-se é o mesmo que gasta para esfriar-se meu copo de café. Tomado de Poesia, submerso, não o bebo. Largado na mesa, ele esfria, cedo, enquanto meu ser, pela caneta, sem medo, se esvazia. Só depois de preencher uma folha e voltar ao meu corpo é que retomo meu copo, e o esvazio, no ralo da pia.
Leia mais