Silêncio
Quando ela, bela, fala, não consigo escutá-la, pois sua voz é como brisa que se perde pelo ar. Ou como barco vazio o qual, pela imensidão do mar desaparece num errante vagar. Gostaria de tê-la comigo. Passearíamos por ruas e calçadas, por montanhas e vales, por cirros e cúmulos-nimbo ou quem sabe, ficaríamos parados bebendo e cantando, canções e vinhos nessa mesma mesa de bar. Seus cabelos são como estas linhas minhas onde me embrenho sem bússola e sem medo. Se conseguisse convencê-la a ser minha, pra sempre me calaria, e perder-me-ia mudo em seu mundo, seu silêncio, escrevendo palavras simples, dispersas entre os versos, que de meus passariam a ser seus, como eu.