Crônicafeína

O tempo que um poema consome ao materializar-se é o mesmo que gasta para esfriar-se meu copo de café. Tomado de Poesia, submerso, não o bebo. Largado na mesa, ele esfria, cedo, enquanto meu ser, pela caneta, sem medo, se esvazia. Só depois de preencher uma folha e voltar ao meu corpo é que retomo meu copo, e o esvazio, no ralo da pia.